sábado, 10 de março de 2012

Eu, prazer. Prazerosamente eu.

[Finalmente dedicado a mim mesma, cara escritora].

        Entendo, ou possivelmente subentendo, a que proporções divertidamente desproporcionais senti e não senti vontade nesses tempos de escrever neste recital. Tempos estes que recebi supostos convites talvez ansiosos, espero curiosos, com o pedido questionador sobre quando escreveria eu de novo. Vou revelar-te um mero segredo, mero leitor. O que escrevo aqui é interessantemente sem regras, para ser bem justa com a suposta artista aqui guardada. Vê bem, não é uma regra não ter regras; apenas é. Por vezes, parece que o "post" tem sido escrito na minha mente durante um bom tempo e depois o amadureço com palavras; outras vezes, apenas é.
        Assim sendo, escrevo. E escrevo devido ao 14 de março, leitor esquecedor. Dia da poesia, dia da água, e dia dos meus completos 19 anos. Acredita, costumeiramente me pergunto se ando mudando, ou mudo andando, a forma de escrever. Espero não cair (risos). Quedas fazem bem também, mais importa é andar. Então, ando conversando com a figura do espelho, muito menos de figura e muito mais de conversar:
- Eu, prazer.
- Prazer, eu.

        Compreende, leitor, que o mergulho do tempo também pode refletir na água alguém que pareces desconhecer. Até onde eu saberia me descrever, de escrever cartas em garrafas de vidro e jogá-las ao mar Meu contando-me gostos meus, limites meus, vontades minhas. Pergunta retórica retorna a mim mesma e dá voltas em ondas revoltas. Conto, no entanto, que isso apenas é sentir-se completa, ou completo, leitor, leitor eu completo, a ponto de superar tantos medos e inseguranças que te eram tão volumosas e imponentes. Cabe aqui lembrar-te que muitos podem ter transpassado certas fases engrandecedoras por demais e irritantes aos outros dado ao ego volumoso. "Memoriando": não necessariamente tais imponentes figuras nadam por um auto, melhor, ou pior... Desauto-conhecimento!
         Tudo começa com quem começou. A revolta, o desapego e a compreensão que tudo e todos podem decepcionar uns e outros humanos, mas a ti mesmo, espera ao menos que seja prazerosamente. Dar meus próprios exemplos certamente, leitor barato, pode dar-te bons motivos de riso e minha ridicularização. Vê? Resquícios de tantas preocupações antigas referentes aos repetidos outros. Enfrento e começo! Orações a Deus, Nosso Senhor que enche corações cristãos, espelhos e sapatilhas da aula de balé, mãos próprias ao volante, Noite escura a luz de uma vela para ouvir Beatles, filmes brilhantes aos olhos descobertos por surpresa, dias inteiros Beirutando, conversas elementares sinceramente, unhas feitas e feito unha, mel com pão e mel com torradas e mel com mel... E sobretudo, entender que amigos, amigas e pretendentes pretensiosos nem sempre devem ter-lhes meu coração aberto. DEUS e Família obrigatoriamente não obedecem a esta regra. E muito menos eu, prazerosamente eu, sem regras. Apenas sou.

 [Finalmente, termina com quem termina].

                                                                                                       Rhaíssa Bentes Leonel

                                                                                                FIM.

8 comentários:

  1. Ahh quanto orgulho, a mâe coruja, lê esse recital da filha e pensa: como é lindo, original, profundo. Parabéns! Prazer em conhecer poeta sem regras....

    Te amo,

    Mamy

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    1. Ain, mamãe, com certeza, o prazer é todo meu. Mamãe querida, muito obrigada. Obrigada mesmo! Obrigada pelo seu incentivo antes de tudo isso, e pela sua admiração durante tudo isso.

      Obrigada, querida. Amo-te.

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    2. Amo-te também, minha doce filha!

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  2. E mais uma vez eu me surpreendo...

    Parabéns!!
    =)

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  3. Espírito crítico á solta:

    Primeiramente, os aspectos semânticos: Achei muito interessante o uso das repetições alternadas, e a forma como o argumentos e as ideias neles elencadas se sobrepoem num ritmo alucinante (até fiquei com uma certa dor de cabeça aqui e confesso que tive que reler alguns parágrafos três vezes para compreender o espírito da coisa).

    Isto posto, passemos agora não para as linhas, mas para as entrelinhas. É notável a constância de caráter e a positiva bravura de ideais que a autora mostra ao longo do texto. Imprimindo em sua criação o melhor de si (e nesse melhor incluo aqui até mesmo certas confissões). Chamo atenção especialmente para o fato de como as postulações da senhorita autora são jogadas de uma forma tão literal, literalmente "no leitor", que realmente sentimos o peso delas. Isto certamente é envolvente e excepcional.

    Finalmente, quero deixar um parágrafo apenas para ressaltar o espírito livre que a autora revela, espírito fascinante que nos desafia num mundo onde todos, inclusive, infelizmente, ás vezes eu mesmo, tendemos a nos conformar tantas vezes com os regulamentos e portarias subliminares da vida.

    Se mais, é parecer e os parabéns. Carlos André, o noviço expulso.

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    1. Minha resposta tarda, mas não falha, pelo menos assim espero... rsrs. Antes de tudo, desde já te agradeço pela resposta tão bem analisada previamente e bem escrita. Muitíssimo obrigada, fiquei lisonjeada por tanto apreço e espiríto crítico. Faz-me bem tudo isso, obrigada.

      Feliz estou que tu tenhas percebido minhas inversões e jogos de palavras sem que eu precise realmente tê-los dito. Se tu achas que eu te dei um nó, imagina os nós que eu mesma dou aqui na minha cabeça,rsrs.

      Ahh, minhas entrelinhas... Muito obrigada pelos elogios sobre. Acrescento até que tua crítica nesta parte aqui pareceu-me algo que facilmente leria em um livro didático de literatura. Melhor que receber uma crítica, é receber tão ótima crítica.
      E com certeza, tenho muitas confissões aqui. Das mais expostas às mais entrelaçadas em linhas, rsrs. Minhas postulações pesadas, sim, como de praxe! rsrs

      Pra ti, então, convite feito será convite aceito, certo? Mundo pra quebrar as regras vez ou outra, pra lembrar que somos jovens e em pleno vigor da vida. Que tal?

      Muitíssimo obrigada, sem parecer mais ou parecendo demais. Excessos literários ao meu amigo noviço expulso totalmente aceitáveis e já feitos. Perdoa? Não! São minhas regras ou minha falta em cumpri-las, rsrs.

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  4. Preliminarmente: Você realmente só pode estar de brincadeira comigo, né? Sua resposta acabou dando outro tremendo nó na minha cabeça. Imagine o sofrimento de um homem adulto cheio de trabalho a fazer tentando desvendar os teus enigmas literários! Huahuahuaha, só quem realmente gosta de desafios!

    Sim, meu bem, consideres aceita a supra elencada proposta. Inclusive já tenho tomado várias providências nesse sentido. Sinto-me outra pessoa! Mal vejo a hora de poder compartilhar com você as sensações boas que venho experimentando! Não raro, penso em como seria excelente ter-vos por perto para poder saborear dessas coisas comigo.

    que a Paz do Ressucitado te apascente. É o que deseja o teu noviço.

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